[RESENHA] QUEM ERA ELA, de J.P. Delaney

É preciso responder a uma série de perguntas, passar por um criterioso processo de seleção e se comprometer a seguir inúmeras regras para morar no nº 1 da Folgate Street, uma casa linda e minimalista, obra-prima da arquitetura em Londres. Mas há um preço a se pagar para viver no lugar perfeito. Mesmo em condições tão peculiares, a casa atrai inúmeros interessados, entre eles Jane, uma mulher que, depois de uma terrível perda, busca um ponto de recomeço. Jane é incapaz de resistir aos encantos da casa, mas pouco depois de se mudar descobre a morte trágica da inquilina anterior. Há muitos segredos por trás daquelas paredes claras e imaculadas. Com tantas regras a cumprir, tantos fatos estranhos acontecendo ao seu redor e uma sensação constante de estar sendo observada, o que parecia um ambiente tranquilo na verdade se mostra ameaçador.Enquanto tenta descobrir quem era aquela mulher que habitou o mesmo espaço que o seu, Jane vê sua vida se entrelaçar à da outra garota e sente que precisa se apressar para descobrir a verdade ou corre o risco de ter o mesmo destino. Com um suspense de tirar o fôlego e um clima de tensão do início ao fim, JP Delaney constrói um thriller brilhante repleto de reviravoltas até a última página. Uma história de duplicidade, morte e mentiras.

A história, ao mesmo tempo que narra o passado de Emma, conta o presente de Jane. Tudo que acontece com Jane, já aconteceu um dia com Emma. Quais caminhos Jane tem que tomar para não cair na mesma enrascada que Emma?

Acontece que, para alugar uma casa da Monkford e associados é preciso responder a uma série de perguntas para saber se seu perfil é adequado ou não para aquele tipo de estabelecimento. Você estaria disposto a se submeter a tantas regras rigorosas, caso seja aceito na pesquisa de perfil, para morar na deslumbrante casa da Folgate Street Nº:1?

É o que aconteceu com Emma, no passado, e com Jane, no presente.

O livro é intercalado entre passado e presente, sempre contando a visão de Emma e Jane dos acontecimentos, até que, em determinado momento, Jane descobre a morte de Emma. O que ela precisa fazer de diferente para não seguir pelo mesmo caminho? Será que ela irá morrer também ou conseguirá sair da Folgate Street Nº1?

Este thriller psicológico mexe muito com a cabeça de quem está lendo e, por ser um dos primeiros livros do gênero que eu li, achei muito envolvente a narrativa com um desenvolvimento esplêndido onde, a cada informação obtida, você já começa a criar teorias loucas e conspiratórias para ajudar a personagem principal e entender exatamente o que aconteceu com a Emma.

Ninguém é exatamente tudo aquilo que se diz ser, você não será o mesmo depois de passar pela Folgate Street Nº:1 e, acima de tudo, desconfie de tudo e de todos. Entendam os motivos de Emma e ajudem Jane no decorrer da história, respondam as pesquisas de Monkford associados e descubram se vocês são o tipo de pessoa que ele quer em suas casas, mas será que, depois de todas as perguntas, você ainda iria querer morar num lugar daqueles?

Quem é Monkford? O que aconteceu com Emma? O que Jane precisará fazer de diferente para sair dessa situação e não ir pelo mesmo caminho?

Mas, a pergunta que não quer calar: Quem era ela, realmente?