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agosto 21, 2017 -

[RESENHA] O Conto da Aia, de Margaret Atwood




Título: O Conto da Aia
Autor(a): Margaret Atwood
Editora: Rocco // livro cedido em parceria com a editora
Páginas: 368
Gênero: distopia, ficção
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Sinopse:
Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.

Em um futuro distópico, por causa da radiação, algumas mulheres não podem mais engravidar. As que conseguem são feitas de aia, obrigadas a morar com um casal e servem apenas para procriar. Esse governo totalitário é o que compõe a República de Gilead, antigo Estados Unidos, que tem as regras da Bíblia levadas a sério. Essa nova sociedade é dominada por homens, e as mulheres servem apenas como Esposas, casadas com os Comandantes que têm todos os privilégios; Martas, as empregadas domésticas; ou Aias, as mulheres mais jovens que podem ter filhos. Tem também as Tias, que são as que ensinam as Aias a serem submissas.



Na trama acompanhamos Offred, nome que June recebeu pois não é permitido manter o nome antigo, e sua estadia na casa do Comandante sendo a aia deles. Ela está ali para dar um filho à família do Comandante, apenas isso. Acompanhamos seu dia a dia, suas idas ao mercado com Ofglen – uma aia só pode sair na companhia da outra, pra ficarem de olho uma na outra –, e conhecemos também seu passado, como era antes e entendemos como as coisas resultaram nessa ditadura machista.



Esse ano lançaram uma série de TV baseada no livro, The Handmaid's Tale, que eu acabei assistindo antes de ler e apesar de terem suas divergências, principalmente no final – já que a série vai ter uma segunda temporada e o livro é único –, ambos são bons e não consigo escolher qual é o melhor, então leia e assista os dois.

O único problema no livro que eu não achei legal foi na parte em que ela diz que o que estão fazendo ali não é estupro, pois ela consentiu em transar com o Comandante. Mas veja bem, se ela não "aceitasse" estar naquela situação, ela sofreria as consequências. Então por que não seria um estupro? Durante o livro podemos ver que June é esperta, então não acho que esse pensamento tenha sido por conta da lavagem cerebral que fazem. Ou talvez seja. Não sei, só sei que essa parte me incomodou.



A escrita da Margaret é bem descritiva, então demorei um pouco mais que o normal pra terminar, mas lá pra metade do livro você fica tão imerso na história e apenas devora o livro, sentindo raiva do que está acontecendo ali e torcendo pra tudo dar certo.

É um livro mais do que recomendado, apesar de ser difícil de ser lido. Ele vai te deixar com raiva, vai incomodar e fazer refletir: com tudo que tem acontecido ultimamente, será que estamos tão longe dessa realidade? E pra quem já leu: NOLITE TE BASTARDES CARBORUNDORUM!


QUOTES:

"As condições de vida foram reduzidas; para aquelas dentre nós que ainda têm condições."

"Isso parece uma coisa tão impossível, agora; como algo que você inventasse."

4 comentários:

  1. Realmente este livro está sendo super comentado neste último mês.
    Ainda bem que é distópico, porque já senti raiva dessa sociedade só pela resenha.
    Me parece um livro tenso, forte... e espero que estejamos bem longe dessa realidade, mesmo com todas as coisas não legais que estamos passando.
    A resenha é ótima.
    Beijos

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  2. UAU! O livro parece ser muito interessante por se tratar de uma distopia que, acredito eu, n~~ao está muito longe de se tornar real. Na atualidade qualquer movimento que as mulheres tentam fazer é taxado como mimimi ainda (Em pleno século XXI) e essa parte que você menciona que ela pensa que não é estupro me remeteu ao que acontece muito ultimamente quando as mulheres usam saias e tem aqueles comentários "Ela ta pedindo para ser estuprada" o que me faz acreditar que estamos indo para esse caminho!
    Ainda não li o livro, mas pretendo, a história parece ser bastante cativante e tem muitos ensinamentos que, acredito eu, muitas pessoas precisem aprender.

    ótima resenha carol, está de parabéns!

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  3. Oi Carol, tudo bem?
    No insta vejo direto esse livro, muitas pessoas estavam ansiosas para ler.
    Eu não tinha noção sobre o que se tratava, e lendo sua resenha fiquei com vontade de ler mas ao mesmo tempo com um pé atrás por saber que algumas partes vão me incomodar, essa que você citou de estupro principalmente, a partir do momento que uma mulher se sente obrigada é estupro sim, e com certeza não estamos longe de tudo isso.
    Parabéns pela resenha, livros com muita descrição sempre fazem o leitor demorar mais para ler mesmo, e as vezes desanima, mas gostei de saber que depois da metade você se prendeu a história e a leitura rendeu. Vou colocar na minha lista para ler mais pra frente.
    Beijos!

    Ps: Não sei lidar com as fotos de vocês <3
    Lost Words!

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  4. Juro que a capa nao me disse nada, não tinha me chamado a atenção até ler a resenha. Uauu deve ser super polemico e as mulheres devem se identificar muito com o tema, agora sei pq muitos postaram sobre ele.

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