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abril 30, 2020 -

[RESENHA] Vermelho, Branco e Sangue Azul, de Casey McQuiston





Vermelho, Branco & Sangue Azul
Autora: Casey McQuiston | Editora: Seguinte | Páginas: 383
Lançamento: 2019 | Gênero: romance | Tradução: Guilherme Miranda

O que poderia acontecer se o filho da presidenta dos Estados Unidos e o príncipe da Inglaterra se apaixonassem? Esta é a proposta bastante curiosa que Casey McQuiston nos trás em seu livro de estreia, que imediatamente conquistou milhares de fãs ao redor do mundo, inclusive a mim. Com uma linguagem simples e fluida — em terceira pessoa, mas sem perder em nada traços introspectivos e de personalidade —, e um enredo que mistura perfeitamente a sensualidade e o que há de mais fofo no desenvolvimento de um romance entre arqui inimigos, não é muito difícil se encontrar absolutamente submerso nos dramas e momentos divertidos de Alex e Henry já na primeira sentada com o livro em mãos. E além disso, contando com a problemática “do romance proibido”, Casey nos faz sonhar, acordados ou não, com soluções e com um mundo onde nada possa interferir no amor verdadeiro existente entre seus dois personagens, que se torna tão evidente ao longo das páginas.

O gatilho para o desenvolvimento do romance se dá quando Alex, filho de Ellen Claremont, presidenta eleita dos EUA em 2016, e Henry, o Príncipe de Gales — que se odeiam com todas as suas forças por conta de uma antiga e mal resolvida rixa — são obrigados a conviver e se mostrarem amigáveis perante os holofotes após um acontecimento catastrófico no casamento real do qual eram convidados: em meio a uma discussão acalorada que acaba passando dos limites, os dois terminam caídos em meio aos destroços da mesa onde o bolo de 75 mil dólares estava.

“Antes que se dê conta, ele tropeça no próprio pé e cai para trás, esbarrando na mesa mais próxima. Tarde demais, ele percebe, horrorizado, que essa é a mesa que abriga o enorme bolo de casamento de oito andares, e segura o braço de Henry para se endireitar, mas tudo o que consegue é desequilibrar os dois e fazê-los cair juntos em cima do suporte do bolo.”

Para contenção de danos diplomáticos na mídia, as medidas escolhidas pelas assessorias de ambos incluem uma grade de aparições juntos, entrevistas e posts nas redes sociais exaltando uma amizade sólida e íntima que supostamente existe entre os dois há muitos anos. Tal aproximação tão repentina poderia ser perfeitamente o que reafirmaria suas diferenças e seu ódio mútuo, porém, surpreendentemente o contrário acontece quando ambos percebem que não são tão diferentes quanto imaginavam e que as qualidades são superiores defeitos. E é à partir daí que a tensão entre os dois começa a crescer desenfreadamente até finalmente chegar ao ponto de se tornar inegável, e então, se entregam a ela e percebem que juntos poderiam fazer história.


Preciso ressaltar que a premissa do livro chamou a minha atenção desde antes da sua publicação nos EUA e que aguardei ansiosamente por alguns meses até finalmente tê-lo em mãos. Confesso que durante o tempo em que aguardei tendo apenas a sinopse e a capa original do livro como referências, acabei idealizando um enredo um pouco menos maduro do que o que encontrei ao longo das páginas, isso me surpreendeu e foi muito conflitante de formas diferentes: assim que percebi o que me aguardava, coloquei um pé atrás e disse para mim mesmo “uau, isso definitivamente não é bem o que eu imaginava!”, mas me vi ainda mais intrigado quando as partes um pouco mais quentes da história não travaram uma guerra direta contra o desenvolvimento do enredo e dos personagens e sim agregaram à intimidade deles comigo, enquanto leitor. Portanto, apesar do linguajar mais adulto e dos diversos momentos de teor sexual que não são convidativos a qualquer um, Casey soube dosar perfeitamente estes componentes presentes no livro para não transformá-lo em algo a mais que um romance de cunho muito íntimo.

E além de todo o romance propriamente dito, não posso deixar de ressaltar os personagens coadjuvantes, que de forma muito inteligente, Casey conseguiu usar como um meio para equilibrar as nuances da história, tornando-a ainda mais divertida e reflexiva. Alguns dos momentos mais memoráveis do livro se passaram na companhia da família e melhores amigos de Alex e Henry, além de algumas falas bem colocadas em momentos estratégicos que tiraram de mim algumas gargalhadas. E como um bônus, ainda temos a presença de muitas referências musicais (tanto americana e latina quanto britânica), que foram muito bem vindas à minha biblioteca. Inclusive, se você já leu ou está interessado, pode conferir a playlist exclusiva que criei para o livro clicando aqui ou ouvindo abaixo!



Concluo reforçando que a história de Alex e Henry foi uma das mais encantadoras com a qual tive contato nos últimos tempos e recomendando fortemente à todos os amantes de um bom romance que chegaram até aqui. Eles com certeza fizeram história no meu 2020!

Resenha do autor Jonathan Chagas

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