A varanda da casa La Grand Vallée, onde começa a visita Foto: Marcelo de Jesus / Agência O Globo |
De dezenas de edições da obra em diferentes idiomas a fotos antigas do autor enquanto pilotava e até xícaras com a aquarela infantil, a casa é toda decorada com referências ao Pequeno Príncipe e a Saint-Exupéry. A paixão pelo livro e pelo escritor, que também era piloto, surgiu de criança, já que seu pai comprou o sítio antes mesmo de ele nascer. José Augusto cresceu em meio a mhistórias sobre os antigos frequentadores do lugar e, num curso natural, começou a pesquisar detalhes do passado.
— Este é o meu projeto de vida. Comecei há dois anos e meio e estou crescendo numa escala aritmética. Recebo pequenos grupos e muitas escolas, creches... Já veio um grupinho de crianças francesas com deficiência auditiva. Tem sido muito lúdico alcançar esse meu objetivo, porque eu gosto de História, gosto de aviação e praticamente nasci aqui — ressalta José Augusto.
Em sua explanação aos visitantes, ele retorna ao início do século XX, quando foi criada em Toulouse, na França, a empresa de aeronaves Latécoère — depois se chamou Aéropostale, e atualmente é a Air France — , primeira a fazer a travessia do Oceano Atlântico. Uma rota com 11 cidades foi traçada de Natal, no Rio Grande do Norte, até Pelotas, no Rio Grande do Sul, e uma das paradas era justamente no Campos dos Afonsos, no Rio. Em uma de suas rápidas idas à Serra, Marcel Reine resolveu comprar uma fazenda que estava à venda. Era La Grande Vallée. Adiquiriu e pediu aos seus superiores autorização para ficar lá nos dias em que não estava pilotando — os funcionários eram obrigados a permanecer nos alojamentos da empresa. Conseguiu a permissão não só para ele, mas também para seus amigos do trabalho. Um deles era Antoine de Saint-Exupéry.
José Augusto C. Wanderley mostra uma edição de 1953 |
Como seu público é bem diversificado — vai de crianças a franceses viajantes —, o anfitrião procura selecionar fatos de acordo com o interesse dos seus interlocutores. Para os pequenos, por exemplo, conta sobre o funcionamento de aviões, fala sobre Santos Dumont, que morou em Petrópolis (e também tem uma casa de visitação na cidade), mostra algumas miniaturas que coleciona e o sinalizador usado pelos pilotos quando sofriam algum acidente — as quedas eram muito comuns naquela época, diz José Augusto: a cada sete voos um caía.
— Eu ajudo as crianças da região a terem orgulho de pertencerem, nascerem ou viverem em Petrópolis — afirma.
Sobre Saint-Exupéry, são muitas curiosidades. Nem o casamento do autor escapa. Durante os anos em que o francês escreveu “O pequeno príncipe”, em uma casa isolada nos Estados Unidos, ele não estava acompanhado de sua mulher, Consuelo. Foi seu único livro infantil. A grande obra foi publicada em 1943, mas só chegou à França em 1946, dois anos depois da morte do autor. Seu avião foi abatido por nazistas durante combate na França na Segunda Guerra Mundial.
Fotos, sinalizador e até uma rosa, colhida do jardim de José Augusto, decoram o espaço de visitação Foto: Marcelo de Jesus;marcelodejesus / Agência O Globo |
A visita termina com um café quentinho nas xícaras do Pequeno Príncipe. No futuro, José Augusto pretende servir pequenos almoços de gastronomia francesa, inspirados na época. Os interessados em conhecer La Grande Vallée podem agendar horários de quarta a domingo, das 11h às 16h, pelo telefone 24 2222-1388.
Fonte: Júlia Amin, do O Globo
Olá!
ResponderExcluirNão sei se alguém irá responder esse comentário, mas fiquei um pouco confusa, a casa é em Petrópolis, aqui no RJ, ou é em São Paulo, que, se eu não me engano, tem um lugar chamado Ribeirão Grande. E como o DDD não é 21, ainda fiquei mais confusa ainda. Torço para que seja aqui mesmo no Rio ♥.
Se alguém puder tirar essa dúvida, vou ficar muito grata<3