navegar pelo menu
janeiro 03, 2019 -

[RESENHA] O Rastro da Alma, de Alexandre Apolca




“Clarice” acorda dentro de uma caçamba de lixo, sem saber sequer o seu nome. E o mais estranho: está no ano de 2040, em uma São Paulo decadente. Enquanto começa uma desesperada busca para descobrir a si mesma, ela tenta se adaptar a esse estranho mundo cercado de avanços tecnológicos e retrocessos humanitários.
Sua obsessão em encontrar uma maneira de voltar à sua época não a impede de mergulhar de cabeça nessa aventura. Em meio a esses mergulhos, ela encontra pessoas que fizeram parte de sua misteriosa história – que poderá ser modificada tanto para melhor quanto para pior. Mas, muitas vezes, o esquecimento é melhor do que a verdade nua e crua.
Por um capricho do destino, ela acaba conhecendo o enigmático Elvis e o seu fiel companheiro Kurt, um gato que consegue ser ainda mais enigmático. E esse encontro, aparentemente corriqueiro, poderá marcá-la profundamente.
Vivendo no limite entre ser a caça e a caçadora, ela vai se redescobrindo no futuro ao mesmo tempo em que o passado vai sendo destilado até que tudo se torne uma coisa só: o presente. Como todo bom thriller, não faltarão reviravoltas, perseguições e um psicopata à solta. O Rastro da Alma fala sobre assassinatos, violência e paixão. Um livro que invade, sem pedir licença, o território do noir. Uma história eletrizante com um toque de distopia e sadismo. Tudo isso separado por uma linha tênue entre o futuro, o passado e o presente...

Clarice acorda dentro de uma caçamba de lixo, em uma noite fria em São Paulo, onde nem a neve dá trégua. Para completar, o mundo parece estar diferente, anos a frente do que era. Assim que desperta, ela não se lembra de nada, nem de onde veio, onde está e principalmente de quem é e qual é seu verdadeiro nome. Em meio ao desespero ao ser perseguida por três homens, ela encontra Elvis, um rapaz jovem que gentilmente oferece sua casa para abrigar a moça perdida. Sem melhores opção e sem se lembrar de nada, a garota de aparentemente 18 anos, aceita a oferta de passar a noite ali e se apresenta com o nome de Clarice, já que não se recorda de como se chama.

Com o passar o tempo, Clarice e Elvis se aproximam ao mesmo tempo em que ele tenta ajudá-la a recuperar a memória, mas ela não consegue se recordar de nada, ao invés disso, tem flashes contantes e pesadelos sobre momentos terríveis, que a deixam muito confusa. Clarice, ainda perdida e confusa, cogita a hipótese de ter vindo do passado, já que o presente é muito diferente do que era antes, o governo havia mudado completamente e passado a ser uma ditadura. Havia toque de recolher nas cidades, depois de certa hora da noite, era extremamente perigoso sair nas ruas e vândalos e a Guarda Espacial tomava conta da cidade, cometendo atrocidades.

É nesse cenário que acompanhamos Clarice passando pelas piores situações e as mais desumanas possíveis de se imaginar. Ao se encontrar sozinha novamente, Clarice ainda com amnésia se depara com Max, homem que diz ser seu marido e ela ainda sem ter mais ninguém, acredita em suas palavras.



Será que ela conseguirá desvendar o mistério de onde veio e qual o motivo de ter perdido a memória? É com essa pegada que o autor Alexandre Apolca nos leva para mergulharmos nessa distopia profundamente complexa.

Sem dúvidas, esse foi o livro mais louco que li  na minha vida. A protagonista sofre ao extremo durante toda a história, tanto pela amnésia, tanto pelas situações difíceis em seu caminho. Achei bem interessante o cenário distópico que o Brasil se encontra no futuro na história e que não é nada agradável.

A escrita do Alexandre é extremamente fluída, os capítulos são curtos, as passagens são diretas e com um toque de mistério que fica impossível largar o livro sem montar o quebra-cabeça dessa história. Entretanto, talvez a história pudesse ter sido um pouco mais com detalhes em determinadas ações/decisões da Clarice, mas nada que atrapalhe a leitura porque é fácil pegar o ritmo e e se prender a ela.



O Rastro da Alma acabou ficando um livro bastante pesado, então por isso não é recomendado para menores de idade. Durante a leitura, percebi que em algumas partes fiquei bastante abalada com o tudo o que aconteceu, mas acho que é um efeito esperado devido os acontecimentos da história.

Por fim, posso dizer que indico para quem gosta de distopia, com um pouco de romance e esteja em busca de uma leitura mais diferente.

5 comentários:

  1. Noosa. Só de ler sua resenha já dá para ter uma idéia de como o livro ao todo é pesado, mas fiquei muito interessada em ler o livro.

    ResponderExcluir
  2. Tem uma premissa muito interessante e convidativa.
    Não leio muito distopia, mas essa me deu vontade de ler, apesar de achar- e ser né- bem forte.
    Mais uma vez mostrando o quanto nossa literatura é boa.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Oi,Isadora! Tudo bem? A sua resenha ficou incrível! Confesso que não sou fã de distopia,mas a estória em si é muito boa,o mistério que ronda a Clarice é bem interessante!
    Quem sabe algum dia possa lê-lo!
    Abraços..

    ResponderExcluir
  4. Achei bem interessante a proposta do livro com todo o mistério, a pegada noir e por ser uma distopia se passando no Brasil. Fiquei curiosa, vou adicionar o livro na minha wishlist!

    Epílogo em Branco

    ResponderExcluir
  5. Olá xará!!!
    Realmente é algo diferente já que a protagonista não se lembra das coisas e está perdida num mundo como esse.
    De certa forma, o autor inovou nessa distopia a sua maneira e se teve cenas complicadas de se ler entendo que pra alguém menor de idade ficaria complicado.
    Parabéns pela resenha!!!

    lereliterario.blogspot.com

    ResponderExcluir

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial