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novembro 27, 2018 -

Entrevista com o autor Rodrigo S. Roddick




A Entrevista da vez é com o autor Rodrigo S. Roddick! Ele já participou de eventos do blog e hoje vamos ter a oportunidade de conhecer um pouco sobre ele. Esperamos em breve poder resenhar algum de seus livros aqui no Blog!

1. Primeiro nos conte um pouco sobre sua trajetória.
Roddick: Minha trajetória iniciou-se mesmo em 2010, quando eu entrei para a faculdade de Teatro. Nela eu tive a oportunidade de testar a atuação, mas eu percebi que aquilo não era suficiente para mim. Senti que precisava enxergar o que estava por trás das cenas, com o que elas mexiam. E descobri que era com o imaginário; muitas vezes aliado ao texto. Em muitas peças o texto a precede. Então me dediquei a escrever com seriedade. Digo seriedade porque já escrevia antes, porém mais por diversão, vontade de viver o que eu escrevia, que na maioria, era aventura mágica. Até então eu lia muito aventuras fantásticas.

2. Quais as principais dificuldades encontradas no caminho para se tornar escritor?
Roddick: Acho que a maior de todas foi encontrar leitores. É muito difícil, não se engane. Quando a gente termina de escrever, o livro é um filho, portanto é muito fácil para o pai dele se apaixonar e não enxergar o que ele tem de errado. Isso acontece a cada livro escrito. Cada vez o problema é menor, mas acontece. Entretanto quem não compartilha dessa emoção de gerar um filho é o leitor. Ele, se não for embalado, acariciado, acalentado ou mordido por sua história, ele vai jogá-la de lado como se fosse qualquer coisa. Isso é muito importante porque o leitor é o consumidor final da sua obra... logo para que uma editora considere seu potencial, ela vai avaliar se a obra encanta os corações literários.

3. Quantos e quais livros você já escreveu?
Roddick: Acho que foram 7. Escrevi O Paladino e Mitorégia (1 e 2) como experiência e como meio de me inserir no mercado literário. Se, na época, eu tivesse um pouco mais de conhecimento sobre o processo profissional que acerca o escritor, teria esperado um pouco mais para publicar. Meu Mundo de Metal foi o primeiro que publiquei após aprender mais sobre isso. Emissários da Morte e Manuscrito em Crime já vieram bem estruturados. O último que escrevi foi Teu Maldito Encanto, obra pré-selecionada em uma seletiva da Vivendo de Inventar, no mês passado. Podemos esperar coisas boas vindo por aí.

4. De onde surgiu a ideia de escrever Emissários da Morte?
Roddick: Emissários da Morte nasceu de uma ressaca literária. É verdade! Eu estava muito impactado com a leitura dos livros de Raphael Montes e tinha acabado de terminar toda a saga Sandman, de Neil Gaiman, e não sabia mais o que fazer da vida (acho que todo leitor tem esse sentimento em uma ressaca, né? Rs). Então surgiu uma questão na minha cabeça: e se a Morte tivesse filhos? Quem e como seriam? E assim nasceram Suicídio, Doença, Assassinato e Falência. A princípio seriam apenas 4 filhos, mas eu sentia a história incompleta e sem um fechamento, enquanto a estava estruturando. Aí me veio, por acaso, o último: Acaso. E o livro fechou e ficou lindo. É um livro que eu consegui amar. Gosto de dizer que a partir desse livro encontrei o meu estilo de escrever. Foi um encontro, um casamento. Por isso que rolou amor.

5. Conte um pouco sobre esta história e a inspiração para escrevê-la.
Roddick: A inspiração foi como eu falei na pergunta anterior. O livro trata, paradoxalmente, da vida. Sim. O nome é Emissários da Morte, eu criei cinco filhos para ela e o tempo inteiro tem morte na história, mas ela fala muito mais sobre a vida porque é inegável que quando estamos falando sobre a morte, estamos apontando para vida. Eu me concentrei mais em como as pessoas lidam com a morte do que nela em si. A morte é uma verdade em nossas vidas, mas não é assim tão misteriosa como pensamos. Sabemos como ela acontece, conhecemos suas muitas faces, mas como lidamos com isso? E se a nossa vida inteira for baseada em como lidamos com a morte? Não apenas a nossa, mas de outros ao nosso redor? É claro que há um mistério, mas isso é pós-morte, não necessariamente a Rainha que nos leva. E é assim que eu a trato, como rainha. Morte não é algo ruim, não devemos ter medo dela. É tão natural quanto nascer, quanto respirar, comer, caminhar... é natural. Se estamos vivos, mais cedo ou mais tarde estaremos mortos. E precisamos estar conscientes disso a cada segundo, pois só assim viveremos com intensidade, com paixão e com verdade. Afinal, sem a morte o que seríamos? Um bando de corpos eternos caminhando por aí fazendo coisas que não são nada no fim das contas? Seríamos apenas um objeto tosco largado por aí... como uma pedra.

6. Têm planos de lança-lo fisicamente?
Roddick: Sim. Estou estudando a melhor maneira de fazê-lo. Quando encontrá-lo, o farei. Quero publicá-lo de um modo que ele seja valorizado, sabe? Não apenas mais um título lançado para uma editora ou outra ganhar dinheiro, mas para que chegue nas mãos dos leitores. Eu escrevo para eles.

7. Possui outros projetos em andamento?
Roddick: Sim. Muitos. Estou muito concentrado no universo de Emissários da Morte. Então os leitores podem esperar novos livros ambientados nele, assim como acabarão reencontrando personagens já vistos.

8. Há quanto tempo você é escritor?
Roddick: Há muito tempo. Desde criança. Eu brincava com meus colegas com bonequinho de heróis, mas nunca foi só o clássico “lutinha”. Nós dávamos vasão a uma história. Eu criava as histórias, porque eles gostavam mais das minhas, e nossos bonecos eram os personagens. Construíamos cenários, missões, desejos e trama. Era muito divertido. Depois disso eu passei a documentar, à mão mesmo, essas histórias. À medida que eu fui crescendo, fui aprendendo como criar um livro, então eu mesmo produzia, artesanalmente, o livro inteiro. Mais tarde, essa brincadeira virou paixão e a paixão, profissão. É o meu trabalho e só consigo me ver feliz e realizado nele.

9. Desde o primeiro livro escrito até o mais recente, quais mudanças você percebeu em torno do seu eu escritor e do processo criativo?
Roddick: Houve muitas mudanças. Aquele negócio de que o escritor tem um modelo engessado é mentira, mito... Não. Tudo na vida a gente aprende a aperfeiçoar, na escrita não é diferente. Mas o autor iniciante, como não conhece o ambiente profissional do escritor, acaba brigando muito com isso. No começo achamos que as críticas à escrita se referem ao estilo do autor, quando, na verdade, são sinalizações que a gente precisa melhorar; precisa se atentar ao profissional que está escrevendo aquele texto. Aprender a quebrar esse orgulho de principiante é a principal coisa. Depois disso, você entra em um estado de aprendizado constante, que é o que eu considero vital ao escritor, porque vai amadurecendo sua escrita; não apenas o que você tem a dizer, como o modo que você conta a história.

10. Por último, deixe um recado para nossos leitores.
Roddick: Acho que o maior recado que se pode deixar ao leitor é: continuem lendo. Ler é um ato de revolução, porque quando lemos, por motivação própria, estamos construindo nosso senso crítico, não só para leitura, mas para a vida. Você se torna uma pessoa mais liberta de dogmas e verdades absolutas que as pessoas empurram para você ao longo da vida. Eu gosto de dizer que o mundo é dominado por uma máfia. E os mafiosos aprisionam todos nós através dos pensamentos... eles ficam colocando em nossa cabeça, durante anos, os pensamentos que eles querem que pensemos para que nunca a gente descubra que eles existem, para que nunca a gente leve luz à escuridão em que eles estão escondidos... Por isso, ao ler, estamos nos revolucionando. Estamos desafiando e confrontando essa máfia e recuperando o maior poder de todos, o poder que eles nos roubaram: o poder de pensar. Só assim seremos livres em nossas próprias cabeças, em nossos próprios universos.

E então, gostaram do autor? Já leram alguma obra dele? Contem aqui!

3 comentários:

  1. Gente, amei esse autor!
    A visão de vida - e morte - dele é fascinante; muito maduro.
    Eu confesso que fico um pouco assustada com livros que dão um foco maior para a morte, mas a medida que fui lendo a entrevista eu me senti cativada por essa história.
    Ainda não li nada do autor, mas desejo que possa publicar e ter o reconhecimento merecido.

    Beijos

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  2. Oi Murilo!
    Adorei conhecer o autor, não tive oportunidade de ler o livro, mas espero que consiga publicar em breve.
    Bjs!

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  3. Adorei conhecer o autor mas ainda não tive a oportunidade de conhecer o livro dele Espero poder ler ele em breve e eu vou dizer aqui a mesma coisa que eu disse no Facebook da página esse cara o autor me lembra muito o ambroise spelman da nova série da Netflix sobre a Sabrina

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