— Antes
de você vir para cá, alguns dias depois que você avisou que viria para São
Paulo eu fiquei pensando o quão bom seria te ver pela primeira vez, mesmo que
por poucos dias, mas o que eu cheguei a imaginar não chega a ser tão perfeito
quanto tá vivendo isso do seu lado. — o Victor disse após um tempo. Não
sei definir direito, mas o que sentia era igual ao que ele sentia naquele
momento. Eu também havia ficado planejando esse dia desde quando meus pais
disseram que dessa vez para satisfazer minha vontade iriamos para Guarujá, mas
toda aquela imaginação não chegava aos pés de como era boa àquela sensação de
pela primeira vez poder tocar, beijar e abraçar o Victor.
Estávamos
deitados na areia e frente a nós havia um mar extenso e barulhento. O mesmo mar
que dividia todo esse país e que separava a gente. Estava uma tarde linda, o
sol já se punha fazendo o céu ter um tom alaranjado como se aquele cenário
houvesse sido pintado. Como se aquela cena toda que estava vivendo fosse parte
de um sonho, mas eu conseguia tocar o Victor e ele conseguia me tocar. Depois
de 6 meses planejando e sonhando com o primeiro encontro, ali estava ele.
— Eu queria
ficar aqui para sempre. — eu respondi após um suspiro. Sua mão estava em volta
do meu ombro e se cruzava com a minha um pouco abaixo do meu peito.
— Mas
você vai voltar, não é, Mel? E quando voltar não vai sair mais de perto de mim.
—
ele deu um beijo na minha testa.
Era tudo que
eu mais queria. Voltar ali, mas para ficar. Não como uma visita como estava
sendo naquelas férias de julho.
Eu assenti com a cabeça e sorri por dentro,
mas logo o sorriso se apagou ao lembrar que meu voo sairia daqui duas horas e
eu cruzaria o país de volta a minha cidade e tudo entre mim e o Victor ficaria
guardado em fotos tiradas naqueles três dias que fiquei na sua cidade e tudo
que restaria entre nós dois não seria nada a mais que uma tela de computador e
milhas de estradas nos separando.
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