
As Provações de Apolo: O Oráculo Oculto
Autor: Rick Riordan | Editora: Intrínseca | Formato: Pentalogia | Livro: 1| Páginas: 320
Lançamento: 2016 | Gênero: fantasia | Tradução: Regiane Winarski
A jornada de Apolo em meio aos mundanos se inicia da pior maneira possível: jogado em uma caçamba de lixo em um dos becos de Nova York, lá ele vê toda a sua moral como um dos deuses mais belos do Olimpo se esvaindo tão rapidamente quanto os anos seguintes de sua vida mortal. Sozinho e confuso a respeito do que está acontecendo, o ex-deus descobre da pior maneira possível os desprazeres de ser humano ao ser abordado por dois garotos mortais mal intencionados, mas felizmente ele acaba recebendo a ajuda inesperada de uma semideusa misteriosa chamada Meg McCaffrey, e como em suas outras estadias como mortal na Terra, Apolo imediatamente se vê ligado a ela — que para o seu azar não é uma flor tão delicada quanto sua aparência jovial demonstra —, para servi-la para o que precisar, mais um dos castigos de Zeus.
Contando com a ajuda do mais famoso dos semideuses do Riordanverse, Percy Jackson, Apolo e Meg conseguem chegar ao Acampamento Meio-Sangue e lá eles percebem que apesar do fim da guerra, a situação continua preocupante: os poucos semideuses que estão passando o ano no Acampamento estão desaparecendo misteriosamente e o Oráculo de Delfos, a fonte das profecias, está em completo silêncio. E diante de toda essa crise sem as profecias, Apolo descobre que antigos e poderosos imperadores estão vivos e manipulando a situação e percebe que precisa fazer alguma coisa para mudar o jogo, e assim consequentemente cair novamente nas graças de Zeus. Para essa tarefa ele conta com a ajuda de Meg, que se mostra uma aliada formidável — ou algo um pouco diferente disso...
Após duas quintologias inteiras voltadas para os semideuses da parte greco-romana de seu universo, muitos esperavam que o tão aclamado Rick Riordan enfim fosse escorregar e entregar um enredo fraco e inconsistente com intenções meramente comerciais, mas digo com alegria que isso não aconteceu. Confesso que também estava um tanto receoso, mas voltar ao Acampamento Meio-Sangue foi incrivelmente delicioso como das outras vezes, e tenho certeza que a maioria dos leitores das sagas anteriores se sentiram da mesma forma.
A narrativa de Riordan continua extremamente fluida e com toques de humor estratégicos que a tornam ainda mais jovial e leve. Com o retorno do uso da primeira pessoa, fica ainda mais evidente a personalidade presunçosa do deus, que diferentemente de tudo, não mudou em nada. Um extra interessante, além de mais pitadas inteligentes de conhecimentos gerais sobre mitologia, são as inúmeras referências a cultura pop que só tornaram o livro ainda mais rico. Preciso ressaltar a evolução de Apolo, cada vez mais Lester Papadopoulos ao longo das páginas, a preocupação incessante e sua relação com seus filhos tornam sua personalidade ainda mais adorável e palpável. E além de tudo isso o livro também nos serve bem com representatividade: o lado bissexual tão conhecido e polêmico do deus não é deixado de lado, e além disso também temos bastante de Solangelo — o casal gay formado por Nico Di Angelo e Will Solace tão amado pelos fãs.
E para concluir garanto que este foi um começo bastante instigante para a mais nova saga do universo de Percy Jackson — que tem previsão para ser concluída aqui no Brasil em outubro deste ano —, e recomendo fortemente que todos dêem uma chance às aventuras de Apolo, que apesar de limitado, não perdeu quase nada de seu glamour original.
Resenha por: Jonathan Chagas
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